Um dos três funcionários de uma empresa de internet encontrados mortos em Salvador, na terça-feira (16), estava apenas no segundo dia de trabalho quando foi assassinado. Até esta quinta-feira (18), nenhum suspeito havia sido preso.
Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos, era pai de um menino de 7 anos e morava no bairro de Castelo Branco. Segundo familiares, ele praticava jiu-jítsu e havia passado seis meses desempregado antes de conseguir a vaga na empresa. O corpo foi sepultado na manhã desta quinta-feira, no Cemitério Vale da Saudade, em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador.
“Patrick foi mais um jovem negro que, infelizmente, teve a vida ceifada pela violência. Era um cara muito batalhador, trabalhador, de bom coração. Às vezes até faltava um pouco de malícia, e isso é o que mais revolta”, afirmou o primo, Vinícius Simões.
Patrick trabalhava com Ricardo Antônio da Silva Souza, 44 anos, e Jackson Santos Macedo, 41, no bairro de Marechal Rondon, quando os três foram abordados por homens armados na tarde de terça. Os corpos foram encontrados com marcas de tiros e com mãos e pés amarrados, no bairro Alto do Cabrito, ainda durante a noite.
Ricardo Antônio morava na Rótula do Abacaxi, deixou uma filha de 14 anos e trabalhava há três anos na Planet Internet como motorista e instalador. “Ricardo era uma pessoa muito boa. A vida dele era trabalhar. Nada vai trazer ele de volta, mas é muito sofrimento”, disse a esposa, Sônia Regina, com quem era casado há 27 anos. Jackson Santos era casado, morava no Lobato e tinha um filho de 19 anos. Ele e Ricardo foram sepultados na quarta-feira (17), no Cemitério Bosque da Paz.
Na quarta-feira, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, afirmou que a elucidação do caso é prioridade. Uma das linhas de investigação apura se o crime estaria relacionado à cobrança de “pedágio” por traficantes para atuação da empresa na região. O carro usado pelas vítimas foi encontrado abandonado nesta quinta, no bairro Granjas Rurais. As investigações seguem sob sigilo.
A delegada Lígia Nunes de Sá, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que nenhuma hipótese é descartada, mas ressaltou que ainda não há evidências que confirmem a motivação. Ela também destacou que não existem registros policiais contra as vítimas e pediu apoio da população com informações que possam ajudar na investigação.
A Planet Internet informou, em nota, que não recebeu qualquer pedido de cobrança ou ameaça e que tem colaborado com as autoridades. A Secretaria de Segurança Pública realizou reunião com representantes de empresas prestadoras de serviço e reforçou que denúncias podem ser feitas pelo telefone 181, com garantia de sigilo e anonimato.
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